sábado, 2 de abril de 2011

Momento de Pensar


O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO
            
                                                 Jô Soares
O material escolar mais barato que existe na praça é o PROFESSOR.

É jovem, ão tem experiencia.
É velho, está superado.
Não tem automovel, é um pobre coitado.
Tem automovel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguemm escuta.
Não falta ao colégio é um 'caxias'.
Precisa faltar, é um 'turista'.
Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria,não tem dó do aluno.
Dá pouca materia, não prepara o aluno.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com  aturma, é um chato
Chama aatençaõ, é um grosso.
Não chama atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamnete, ninguem entende.
Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado é persseguição.
O aluno é aprovado , deu 'mole'.

É o professor esté sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Revolução Industrial

4- O TRABALHO E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL



            Partindo do pressuposto que a revolução industrial trouxe mudanças consideráveis para toda a estrutura da sociedade moderna. A categoria trabalho concerteza foi quem mais diretamente sentiu seus efeitos.  Hobsbawm (2005) traça o ímpeto da industrialização, demonstrando como a mobilização e transferência de recursos econômicos, a adaptação da economia e da sociedade são necessárias para manter o novo curso revolucionário.
            Encontra-se na mão-de-obra o fator mais crucial a ser mobilizado e transferido. Assim sendo, o rápido crescimento das cidades dos agrupamentos agrícolas na Grã-Bretanha fornece um grande exercito de reserva de trabalhadores, dos quais vindo do campo para as cidades. Observa-se uma mudança na concepção de trabalho ainda em seu primeiro estágio, pois o trabalhador agrícola era atraído para novas ocupações, por vezes completamente diferente de sua rotina anterior. (HOBSBAWM, 2005)
            Esses trabalhadores além de encontrarem toda uma gama de trabalhos diferenciados que exigiam qualificações e habilidades necessárias para as atividades nas indústrias, essa mão-de-obra tinha que atender aos incentivos monetários. Ora os empregadores britânicos reclamavam da “preguiça” do operário dou de sua tendência para trabalhar até que tivesse ganhado um salário tradicional de subsistência semanal. (HOBSBAWM, 2005).
            As fábricas priorizavam empregados mais dóceis, nesse caso mulheres e crianças, podendo assim pagar também baixos salários. Weber (2005) discute essa questão de trabalhadores mais dóceis demonstrando como a reforma protestante influenciou no comportamento dos trabalhadores. O trabalho passa a ser visto como o criador de toda a riqueza, o que resultou na discussão sobre o seu significado.
Weber (2005) analisa a relação entre a ética protestante e o espírito do capitalismo, procurou demonstrar claramente essa mudança de atitude e de concepção em relação ao trabalho. O trabalho passa a ser encarado como uma virtude, e, ao se trabalhar arduamente, pode-se chegar a ter êxito na vida matéria, que é expressão das bênçãos divinas sobre os homens. Essa concepção protestante em relação ao trabalho vai servir muito bem à burguesia comercial e depois a indústria, que precisava de trabalhadores dedicados, sóbrios e dóceis em relação às condições de trabalho e aos baixos salários.
            Ao analisar a questão do trabalho na sociedade capitalista, é importante deixar claro que não existe uma única sociedade capitalista, mas muitas que se constituíram em diversas regiões do planeta. Entretanto o que elas têm em comum é a forma como a produção material se desenvolve. Desse modo os que a define como sociedades capitalistas é a propriedade privada, o trabalho assalariado, o sistema de troca e uma determinada divisão social do trabalho. (TOMAZI, 2000).
            Concorda-se com Thompson (1998) que identifica todos esses acontecimentos como problemas sociológicos, logo há a necessidade desse entendimento.  Podemos afirmar que na sociedade capitalista o trabalhador é detentor de sua força de trabalho, que é vendida ao capitalista, dono dos meios de produção, em troca de uma remuneração que deveria garantir a sobrevivência do mesmo e sua consequente reprodução, garantindo desta forma a multiplicação do contingente de trabalhadores. É importante ressaltar que no sistema capitalista existe uma exploração funcional do trabalhador, que garante a composição do lucro do capitalista, qual seja a mais-valia. (MARX, 1996)
A mais-valia deve ser entendida como tudo aquilo que é subtraído do trabalhador pelo capitalista durante o cotidiano na exploração de sua força de trabalho e na remuneração desse trabalhador, ou também, como a forma específica que assume a exploração sob o capitalismo, à diferença específica do modo de produção capitalista, em que o excedente toma a forma de lucro e a exploração resulta do fato da classe trabalhadora produzir um produto líquido que pode ser vendido por mais do que ele recebe como salário. (MARX, 1996)
            O trabalho se transforma em força de trabalho quando se torna uma mercadoria, que pode ser comprada e vendida. E, para que ele se transforme em mercadoria, é necessário que o trabalhador seja desvinculado de seus meios de produção, ficando apenas com sua força de trabalho para vender o trabalho assalariado existiu desde a antiguidade, mas não de maneira tão extensiva e dominante, como após a revolução industrial. (TOMAZI, 2000).
            A emergência do trabalhador assalariado é simultânea à do capitalista. Sendo dois elementos indissociáveis, do mesmo momento histórico. Se houve transformações na própria forma de produzir mercadorias, alterando a divisão social do trabalho e toda a estrutura da produção, houve também mudança na concepção de trabalho, ou seja, mudou-se a maneira de pensar a respeito do ato de trabalhar.
            Neste caso são as horas trabalhadas e não pagas que, acumuladas e reaplicadas no processo produtivo, vão fazer com que o capitalista enriqueça rapidamente. E assim, todos os dias, isso acontece nos mais variados pontos do mundo: uma parcela significativa do valor-trabalho produzido pelos trabalhadores é apropriada pelos capitalistas. Esse processo denomina-se acumulação de capital. Em outros termos, portanto, capital nada mais é do que: o trabalho não pago, isto é, aquela parte que o trabalhador produz e que não lhe é paga (mais-valia) vai para os bolsos do patrão. (MARX, 1996).
            Para obter mais lucros, os capitalistas aumentam as horas de trabalho, gerando a mais-valia absoluta, ou, então passam a utilizar equipamentos e diversas tecnologias para tornar o trabalho mais produtivo, decorrendo daí a mais-valia relativa, ou seja, mais produção e mais lucro com o mesmo número de trabalhadores, cujos salários continuam sendo os mesmos. (MARX, 1996)
            Marx e Engels (2005) que procurou demonstrar a existência de um conflito de classes entre trabalhadores e capitalistas, elemento este que é inerente à sociedade burguesa. Explica que os conflitos entre os capitalistas e os operários aparecem a partir do momento em que os trabalhadores percebem que estão trabalhando mais e que, no entanto, estão a cada dia mais miseráveis.
            Durkheim (1999) analisa as relações trabalho na sociedade capitalista de forma diferente. Em seu livro a Divisão do trabalho social, procura demonstrar que a crescente segmentação do trabalho, resultante da produção industrial moderna, trazia consigo uma forma superior de solidariedade e não o conflito. Para Durkheim, toda ebulição no final do século XIX não passa de uma questão moral. Os conflitos não tinham nada de norma, para ele, faltavam instituições e normas integradoras que permitissem que a solidariedade advinda da divisão do trabalho pudesse se expressar e, assim por fim aos conflitos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. O Manifesto do partido comunista. São Paulo: Martin Claret, 2005.

HOBSBAWM, Eric J. “A revolução industrial”. A era das revoluções 1789-1848. 18ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.

MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. 1vol. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

THOMPSON, Eduard P. “ Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial”. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia  das letras, 1998.

TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Socilogia. 2ª ed. São Paulo, 2000.

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2005.

Revolução Industrial

3- O TEMPO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

            Outra questão a ser levantada e de essencial importância para a proposta aqui apresenta perpassa na possibilidade de fazer a análise da revolução industrial em uma perspectiva de tempo, ou seja, entender como o tempo mudou com a instauração do capitalismo na sociedade. Thompson (1998) retrata categoricamente essa questão demonstrando que o tratamento com as tarefas se tornam muito mais complexas com o advento da revolução industrial.
            A inclusão da mão-de-obra empregada modifica toda uma estrutura de economia familiar, pois o pequeno agricultor que antes podia se orientar pelas tarefas, existindo no interior de sua atividade rural a divisão de trabalho. Quando da alocação desse trabalhador em papeis e em disciplinas de empregador-empregado o tempo começa a se transformar em dinheiro, ou seja, a contratação da mão-de-obra real torna visível a transformação da orientação pelas tarefas no trabalho de horário marcado independente da utilização de relógio (THOMPSON, 1998).
            A difusão desse mecanismo traz a tona uma distinção entre o tempo do empregador e o tempo do empregado. O empregador utiliza o tempo de sua mão-de-obra para que ela não seja desperdiçada, o que predomina não é a tarefa, mas o valor do tempo quando reduzido a dinheiro, logo o tempo vira moeda e ninguém mais passa o tempo e sim gasta. Agregado a isso o instrumento que regulava os novos ritmos da vida industrial era uma das mais urgentes necessidades que o capitalismo industrial exigia para impulsionar seu avanço. (THOMPSON, 1998).
            O relógio não era apenas, mais útil, ele conferia prestígio ao seu dono “sempre que um grupo de trabalhadores entrava numa fase de melhoria do padrão de vida, a aquisição de relógios era um das primeiras mudanças notadas pelos observadores” (THOMPSON, 1998, p.279). A atenção ao tempo no trabalho depende em grande parte da necessidade de sincronização do trabalho, por conta da revolução industrial.
            Anterior ao processo da revolução industrial o padrão de trabalho sempre alternava momentos de atividade intensa e de ociosidade quando os homens detinham o controle de sua vida produtiva. Com o advento da revolução industrial criou-se artifícios, não agradáveis ao empregador, para “cabular” o tempo, como é o caso de ser considerada a segunda-feira como santa, o ritmo irregulares de trabalho, etc. Existindo dificuldades óbvias na natureza da ocupação dos trabalhadores, pois eles ainda não havia abandonado de todo as convenções da sociedade “pré-capitalistas”. (THOMPSON, 1998, p.279).
            A tentativa de impor o “uso-econômico-do-tempo” trouxe diversos desdobramentos,  entre eles a questão de disciplina dentro das fábricas, bem como o hábito de levantar cedo também introduz uma regularidade nas famílias, uma ordem na sua economia, outra questão foi a inclusão do registro de relógio de ponto que vai tentar controlar e disciplina mais ainda o tempo do trabalho dos empregados. (THOMPSON, 1998).
            Thompson (1998) intensifica o debate afirmando que o exame dessas condições não esta apenas nas mudanças na técnica da manufatura que exigem maior sincronização de trabalho e maior exatidão nas rotinas do tempo em qualquer sociedade, mas como essas mudanças são experienciadas na sociedade capitalista industrial nascente, estando preocupado simultaneamente com a percepção do tempo em seu condicionamento tecnológico e com a medição do tempo como meio de exploração da mão-de-obra.

Revolução Industrial

2- O LUGAR DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


            Hobsbawm (2005) defende a data de 1780 do início do que ele chamou de maior revolução do mundo. A revolução industrial inicia-se na Inglaterra, significa que pela primeira vez na história da humanidade foram tirados os grilhões do poder produtivo da humanidade, em que consegue a multiplicação de maneira rápida, constante de mercadorias e serviços, e por que não de homens (entende-se mão-de-obra). Continua afirmando que nenhuma outra sociedade anterior tinha conseguido transpor o teto de uma estrutura social pré-industrial, a Inglaterra conseguiu mesmo com uma tecnologia e uma ciência deficiente avançar no processo produtivo. No entanto essa transformação trouxe conseqüências um colapso: a fome e a morte periódicas impunham a produção.
            A revolução industrial não foi um episódio com um princípio, meio e fim. Sua essência foi a de que a mudança revolucionária se tornou norma desde então, ela ainda prossegue. Na Grã-Bretanha “ponto de partida” pode provavelmente ser situada, com precisão possível dentro de 20 anos que vão de 1780 a 1800. Esta revolução foi provavelmente o mais importante acontecimento da história do mundo e foi iniciada na Grã-Bretanha, não tem como apontar ao certo quais os motivos que se deveu ao seu inicio nessa região, mas com certeza não foi por conta da superioridade tecnológica ou científica, haja vista que tais perspectivas se mostravam mais avançadas em outras localidades, como por exemplo: na França. (HOBSBAWM, 2005).
            A revolução industrial precisou de poucos refinamentos intelectuais, suas invenções e técnicas foram bastante modestas. Mas as condições adequadas estavam presentes na Grã-Bretanha, onde mais de um século se passara desde que o primeiro rei tinha sido formalmente julgado e executado pelo povo, e desde que o lucro privado e o desenvolvimento econômico tinham sido aceitos como os supremos objetivos da política governamental. A solução britânica do problema agrário, singularmente revolucionaria, pois já tinha sido encontrado na prática. Uma relativa quantidade de proprietário com espírito comercial já quase monopolizava a terra que era cultivada por arrendatários, empregando camponeses sem terra ou pequenos agricultores criando assim todo um arcabouço estrutural para a “explosão” da revolução industrial. (HOBSBAWM, 2005)
            Hobsbawm (2005) ratifica que as atividades agrícolas já estavam predominantemente dirigidas para o mercado; as manufaturas já se tinham disseminado por um interior não feudal. Nesse sentido a agricultura estava preparada para levar a termo suas três funções fundamentais:  aumentar a produção e a produtividade de modo a alimentar uma população não agrícola em rápido crescimento; fornecer um grande crescente excedente de recrutas em potencial pára as cidades e as indústrias; e por fim fornecer um mecanismo para o acumulo de capital a ser usado nos setores mais modernos da economia. Além dessas constatações introduzira o caro equipamento necessário para toda economia progredir, ou seja, a construção de uma frota mercante e de facilidades portuárias e na melhoria de estradas e vias navegáveis.
            As revoluções industriais pioneiras ocorrem em uma situação histórica especial, em que o crescimento econômico surge de um acumulo de decisões de incontáveis empresários e investidores particulares, cada um deles governado pelo primeiro mandamento da época, comprar no mercado mais barato e vender no mais caro. Na Inglaterra de fins do século XVIII duas coisas eram necessárias: primeiro uma indústria que já oferecesse recompensas excepcionais para o fabricante que pudesse expandir produção rapidamente, se necessário, través das inovações simples e razoavelmente baratas e segundo um mercado mundial amplamente monopolizado por uma única nação produtora, tais considerações se aplicam a quase todos os países nessa época.
            Iniciada a industrialização na Grã-Bretanha, outros países podiam começar a gozar dos benefícios da rápida expansão econômica que a revolução industrial pioneira estimulava. Alem disso o sucesso britânico provou que se podia conseguir com ela, a técnica britânica podia ser imitada, ou seja, a habilidade e o capital britânico podiam ser importados, expandindo-se para várias partes da Europa, para a Bélgica, Alemanha e América.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Revolução Industrial

Este artigo é parte de um trabalho apresentado por mim, Karina Araujo Dantas e por, uma colega de curso, Edijane Dias do Carmo na especialização em História Contemporânea como requisito avaliativo, para a Disciplina “As experiências revolucionárias”, ministrada pela Profª MSc. Danielle Figuerêdo Moura.
Este artigo será dividido em cinco parte que serão postadas dentro do período de dez dias, devido a grandiosidade do assunto que é a Revolução Industrial, sendo importante na primeira  parte postada compreender os ANTECEDENTES HISTÓRICOS, na segunda O LUGAR DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, na terceira o TEMPO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL e na quarta, entender O TRABALHO E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. e por fim as REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.


1- ANTECEDENTES HISTÓRICOS


As transformações históricas, políticas, econômicas e sociais ocorridas desde o século XV, embora não sendo determinante, influenciaram sobre maneira a revolução industrial. Tais acontecimentos tiveram um contexto específico e precisa ser mais bem estudado pela história e nesse intuito de esclarecer alguns pontos fundamentais dos fatos que antecederam a revolução industrial que se faz necessário um breve relato dos principais acontecimentos a partir desse período para melhor compreensão da temática aqui levantada.
A expansão marítima, ou grande navegações tem um papel importante nesse processo, haja vista, que a circunavegação da África, o “descobrimento” da rota para as Índias e para as Américas, foi ampliando a concepção de mundo dos povos europeus. A definição de um mundo territorialmente muito mais amplo, como novos povos, novas culturas, novos modos de explicar as coisas vai exigir a reformulação do modo de ver e de pensar dos europeus. (TOMAZI, 2000).
Nesse contexto conheciam-se novos povos, novas culturas, instalavam-se colônias na África, na Ásia e nas América, ocorrendo com isso a expansãrica, ocorrendo com isso a expansovos, novas cultura instalavam-se colxplicar as coisasormulaço do comé do comrcio de novas mercadorias (sedas, especiarias, produtos tropicais como açúcar, milho, etc.) entre as metrópoles e as colônias, bem como entre os países europeus. Nascia então a possibilidade de um mercado muito mais amplo com características mundiais. (TOMAZI, 2000).
A exploração de metais preciosos, principalmente na América, e o tráfico de escravos ocasionou altíssimos lucros para os mercadores, deram grande impulso ao comércio, que não mais ficou restrito aos mercadores das cidades-repúblicas (Veneza, Florença ou Flandres), passando também para as mãos de grandes comerciantes e muitas vezes de soberanos dos grandes Estados nacionais em formação na Europa. (TOMAZI, 2000).
Toda essa expansão territorial e comercial acelerou o desenvolvimento da economia monetária, com a acumulação de capitais pela burguesia comercial nascente, que mais tarde terá uma importância decisiva na gestão do processo de industrialização na Europa. No entanto as modificações que vinham se processando na forma de produzir a riqueza vieram agregadas também de mudanças na estruturação política. O sistema político feudal tinha restringindo as tarefas administrativas, fiscais, legais e militares, aos diferentes estamentos (nobreza e clero) em algumas cidades, criando desse modo, um grande entrave para as novas atividades econômicas que estavam surgindo.
O declínio do sistema feudal vai pouco a pouco se efetivando, principalmente pelo desenvolvimento de uma estruturação estatal que tem por base a centralização da justiça, com um novo sistema jurídico baseado no direito romano, a centralização da força armada, ou seja, a formação de um exército permanente e a centralização administrativa, com um aparato burocrático ordenado hierarquicamente, com um sistema de impostos que irá permitir uma arrecadação constante para manter todo esse aparato “jurídico-burocrático-militar” sob um único comando, ou seja, nascia o Estado moderno, que vai favorecer a expansão das atividades vinculadas ao desenvolvimento da produção têxtil, à mineração e a siderúrgica, além do comércio interno e externo. (TOMAZI, 2000).
            No século XVI desenvolve outro movimento: a Reforma Protestante, que ao entrar em conflito com a autoridade papal e com a estrutura da igreja católica, vai propiciar uma tendência que contribui de modo significativo para a valorização do conhecimento racional, em contraposição à revelação, ao permitir a livre leitura das Escrituras Sagradas, tendo assim um confronto com o monopólio do clero na interpretação baseada na fé e nos dogmas. (TOMAZI, 2000).
            Nesse mesmo período surge também um outro movimento no sentido de analisar o universo de outra forma, ou seja, a razão passa a ser soberana e é colocada como elemento essencial para se conhecer o mundo, isto é, os homens devem ser livres para julgar, avaliar pensar e emitir opiniões sem submeter a nenhuma autoridade transcendente ou divina, que tinha a igreja como defensora e guardiã. (TOMAZI, 2000).
            A razão, ou a capacidade racional do homem de conhecer, é definida como o elemento essencial que se colocaria frontalmente contra o dogmatismo e a autoridade eclesial, criando-se uma nova atitude diante das possibilidades de explicar os fatos sociais. Essa nova forma de conhecimento da natureza e da sociedade, na qual a experimentação e a observação são fundamentais, aparece, nesse momento representado pelas idéias de diversos pensadores como: Nicolau Maquiavel, Thomas, Hobbes, Francis Bacon, René Descartes, John Locke, dentre outros. (TOMAZI, 2000).
            O final do século XVII é marcado por grandes transformações econômicas e políticas, na maioria dos países europeus, a burguesia comercial formada basicamente por comerciantes e banqueiros, tornam-se uma classe com, muito poder. Essa classe além de sustentar ativo o comércio entre os países europeus, estendia-se à todos os países do mundo, comprando e vendendo  mercadorias, tornando o mundo cada vez mais europeizado. (TOMAZI, 2000).
            A partir do século XVIII o capital mercantil se estendia também a outro ramo de atividade: gradativamente se organizava a produção manufatureira. A compra de matéria-prima e a organização da produção, seja através do trabalho domiciliar seja no trabalho em oficinas levavam ao desenvolvimento de um novo processo produtivo em contraposição aos das corporações de ofício. (TOMAZI, 2000).

sábado, 8 de janeiro de 2011

Adam Smith e Marx: o progresso tecnológico, produtividade e lucro

Este texto é parte de um trabalho apresentado na especialização da Faculdade Integrada Brasil Amazônia (FIBRA) à disciplina "Ciência, Tecnologia e poder na formação do Mundo Contempôraneo" ministrada pelo DR. José Alves de Souza Junior.

Primeiramente é de suma importância identificar elementos que caracterizam o capitalismo  que são a acumulação permanente de capital; a geração de riquezas; o papel fundamental desempenhado pelo dinheiro e pelos mercados financeiros; a concorrência, a inovação tecnológica continuada. A divisão técnica do trabalho, ou seja, a especialização do trabalhador em tarefas cada vez mais segmentadas no processo produtivo é também uma característica importante do modo capitalista de produção, uma vez que causa o aumento de produtividade. Na Inglaterra, Adam Smith desenvolveu sua teoria liberal sobre o capitalismo, na França, passou a predominar a ideologia do laissez-faire, ou do liberalismo econômico, que tinha como base o livre comércio .Adam Smith, observou que a tecnologia era fundamental para criar riqueza, mas destacou que as principais fontes de inovação tecnológica eram os homens que trabalhavam com as máquinas e descobriam técnicas  de melhorá-las, bem como os fabricantes de máquinas (desenvolvimento tecnológico na fábrica).
 Fica notável que com a inserção das máquinas nas indústrias a economia adquiriu um outro caráter, que é o caráter social da produção que é expressa pela divisão técnica do trabalho no interior de cada empresa, que impõe aos trabalhadores uma atuação solidária e coordenada, mesmo com essas características da produção, os meios de produção são propriedades privada do capitalista. O produto do trabalho social, portanto, se incorpora a essa propriedade privada. Segundo o marxismo, o que cria valor é a parte do capital que foi investida em força de trabalho. A diferença entre o capital investido na produção e o valor de venda dos produtos, é o que Marx chamada de mais-valia (lucro), apropriada pelo capitalista, não é outra coisa além de valor criado pelo trabalho. A introdução do maquinário gera, em poucas horas, uma significativa quantidade de produto, então para Marx o lucro são as horas não pagas do trabalhador, por tanto ele ver a mais-valia como fruto da exploração.
Para Karl Marx, o sistema capitalista não garante meios de subsistência a todos os membros da sociedade. Pelo contrário, é fruto do sistema a existência de uma massa de trabalhadores desempregados, que Marx chamou de exército industrial de reserva. Ao analisar Adam Smith e Marx, conclui-se que o progresso tecnológico aumenta a lucratividade do capitalista, porém junto com o aumento do lucro - que para Marx é algo advindo da exploração do trabalhador - há também o aumento de problemas sociais. No entanto, a Revolução industrial era dada como o destino de toda humanidade, quanto maior o avanço tecnológico menos custo salarial, que dá ao produto maior valor de mercado, logo, o capital não cria a ciência, ele apropria-se dela no processo produtivo.