quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Revolução Industrial

2- O LUGAR DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


            Hobsbawm (2005) defende a data de 1780 do início do que ele chamou de maior revolução do mundo. A revolução industrial inicia-se na Inglaterra, significa que pela primeira vez na história da humanidade foram tirados os grilhões do poder produtivo da humanidade, em que consegue a multiplicação de maneira rápida, constante de mercadorias e serviços, e por que não de homens (entende-se mão-de-obra). Continua afirmando que nenhuma outra sociedade anterior tinha conseguido transpor o teto de uma estrutura social pré-industrial, a Inglaterra conseguiu mesmo com uma tecnologia e uma ciência deficiente avançar no processo produtivo. No entanto essa transformação trouxe conseqüências um colapso: a fome e a morte periódicas impunham a produção.
            A revolução industrial não foi um episódio com um princípio, meio e fim. Sua essência foi a de que a mudança revolucionária se tornou norma desde então, ela ainda prossegue. Na Grã-Bretanha “ponto de partida” pode provavelmente ser situada, com precisão possível dentro de 20 anos que vão de 1780 a 1800. Esta revolução foi provavelmente o mais importante acontecimento da história do mundo e foi iniciada na Grã-Bretanha, não tem como apontar ao certo quais os motivos que se deveu ao seu inicio nessa região, mas com certeza não foi por conta da superioridade tecnológica ou científica, haja vista que tais perspectivas se mostravam mais avançadas em outras localidades, como por exemplo: na França. (HOBSBAWM, 2005).
            A revolução industrial precisou de poucos refinamentos intelectuais, suas invenções e técnicas foram bastante modestas. Mas as condições adequadas estavam presentes na Grã-Bretanha, onde mais de um século se passara desde que o primeiro rei tinha sido formalmente julgado e executado pelo povo, e desde que o lucro privado e o desenvolvimento econômico tinham sido aceitos como os supremos objetivos da política governamental. A solução britânica do problema agrário, singularmente revolucionaria, pois já tinha sido encontrado na prática. Uma relativa quantidade de proprietário com espírito comercial já quase monopolizava a terra que era cultivada por arrendatários, empregando camponeses sem terra ou pequenos agricultores criando assim todo um arcabouço estrutural para a “explosão” da revolução industrial. (HOBSBAWM, 2005)
            Hobsbawm (2005) ratifica que as atividades agrícolas já estavam predominantemente dirigidas para o mercado; as manufaturas já se tinham disseminado por um interior não feudal. Nesse sentido a agricultura estava preparada para levar a termo suas três funções fundamentais:  aumentar a produção e a produtividade de modo a alimentar uma população não agrícola em rápido crescimento; fornecer um grande crescente excedente de recrutas em potencial pára as cidades e as indústrias; e por fim fornecer um mecanismo para o acumulo de capital a ser usado nos setores mais modernos da economia. Além dessas constatações introduzira o caro equipamento necessário para toda economia progredir, ou seja, a construção de uma frota mercante e de facilidades portuárias e na melhoria de estradas e vias navegáveis.
            As revoluções industriais pioneiras ocorrem em uma situação histórica especial, em que o crescimento econômico surge de um acumulo de decisões de incontáveis empresários e investidores particulares, cada um deles governado pelo primeiro mandamento da época, comprar no mercado mais barato e vender no mais caro. Na Inglaterra de fins do século XVIII duas coisas eram necessárias: primeiro uma indústria que já oferecesse recompensas excepcionais para o fabricante que pudesse expandir produção rapidamente, se necessário, través das inovações simples e razoavelmente baratas e segundo um mercado mundial amplamente monopolizado por uma única nação produtora, tais considerações se aplicam a quase todos os países nessa época.
            Iniciada a industrialização na Grã-Bretanha, outros países podiam começar a gozar dos benefícios da rápida expansão econômica que a revolução industrial pioneira estimulava. Alem disso o sucesso britânico provou que se podia conseguir com ela, a técnica britânica podia ser imitada, ou seja, a habilidade e o capital britânico podiam ser importados, expandindo-se para várias partes da Europa, para a Bélgica, Alemanha e América.


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